quarta-feira, 31 de agosto de 2011

SERÁ???


É verdade que o Brasil comprou o Acre por um cavalo?

por Roberto Navarro
Não. A versão mais aceita é a de que o Brasil deu terras, prometeu construir uma estrada e pagou uma grana à Bolívia pelo Acre. O cavalo - na verdade, dois cavalos - teria sido um presentinho extra dos brasileiros aos bolivianos. Mesmo assim, nem todo mundo concorda que houvesse algum eqüino envolvido na troca. A história do cavalo, mencionada pelo presidente boliviano Evo Morales durante a recente crise do petróleo na Bolívia, não tem muito fundamento histórico. Segundo o Tratado de Petrópolis, assinado em 17 de novembro de 1903, o Brasil recebeu a posse definitiva do território do Acre, cedido pela Bolívia, em troca de áreas no Mato Grosso, mais o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas e o compromisso de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré. "Apesar de alguns historiadores fazerem referência à doação, por parte doBrasil, de dois cavalos brancos como símbolo da amizade entre os dois povos, não consta do Tratado de Petrópolis qualquer referência ao fato levantado por Evo Morales", afirma o historiador Oscar Medeiros Filho, da Universidade de São Paulo. O Acre, aliás, sempre foi na prática um território mais brasileiro que boliviano. Desde meados do século 19, migrantes brasileiros, vindos principalmente dos estados do Nordeste, ocupavam a área, oficialmente sob controle boliviano, trabalhando na extração da borracha. No final daquele século, a Bolívia tentou implantar um sistema que lhe permitisse a manutenção daqueleterritório, mas eram muitas as suas dificuldades, pois o Estado boliviano não tinha presença efetiva na região. Os bolivianos decidiram, então, arrendar a área a uma companhia de capital estrangeiro, a Bolivian Syndicate, um conglomerado anglo-americano. Mas a medida não foi aceita pelos seringueiros brasileiros. O acirramento das tensões levou a revoltas e combates, culminando com a tentativa dos brasileiros de tornar o Acre um estado independente. O conflito terminou de forma amigável, com a assinatura do Tratado de Petrópolis entre os governos do Brasil e da Bolívia. :-’
CONSULTORIA: VIRGÍLIO ARRAES, PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA.
Fonte: mundoestranho.abril.com.br

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